terça-feira, 21 de setembro de 2010

Até quando esperar?

Até quando esperar.
Até quando esperar se nada mudou.
Se nada te importa.
Até quando esperar.
Se é complicado te dizer alguma coisa.
Até quando esperar.
Se já se perdeu.
Se ficou pra trás.
Mas não é nossa culpa.
Não é desculpa.
Pois eu sei.
Que uma só força da fração.
Do seu amor.
Desse amor que só acontece.
Quando realmente se quer, é grande.
É como se fosse um eu te amo.
Na primeira semana.
Ouvir um eu te amo na primeira semana faz disparar seu coração.
Despeja na corrente sanguínea adrenalina suficiente.
Pra você nunca ter que pular de pára quedas na vida.
Te faz sentir vivo.
E mesmo sabendo que toda riqueza.
Que anda por aí tá nas mãos erradas.
Que existe corrupção.
Que existe injustiça.
A força de um eu te amo.
Na primeira semana.
Nos dá certeza de que juntos.
Nós vamos ganhar o mundo.
Ainda que hoje seja.
Um dia comum.

(Homenagem a Rodrigo Netto, guitarrista do Detonautas morto em 2006).

domingo, 5 de setembro de 2010

Somente em minhas mãos


A vida é assim a gente só tem um objetivo, ser feliz! E ai você encontra um cara que te agrada, te faz sorrir todas as vezes que fala com você, um cara que parece ser sincero, gentil, romântico e pra ficar perfeito, um gato! Um cara atencioso e que te chama de amor, um cara que aparentemente gosta de você. Mas nunca é bem assim não, o cara vai te pisar e te fazer chorar 30 vezes por dia, vai fazer você beber 52 litros de pinga pra curar a dor do amor. O cara vai sumir e reaparecer bem no dia que você conseguiu não pensar nele! Ai você tem que lembrar, que igual esse cara vão passar mais um milhão e que esse tipo de coisa não faz falta pra você.

Posso escolher aquele que vai me amar incondicionalmente e me colocar num pedestal, que vai tentar encher minha vida de luz e sorrisos e não vai se conformar com minhas meias alegrias. Basta responder um chamado, basta eu dizer sim. Mas tudo que vem fácil, vai difícil. E minhas tentativas de gostar das pessoas já me esgotaram. Não quero começar mais nenhuma relação que eu já conheço o script: eu me encanto, ele se apaixona, eu me esforço pra gostar, ele tenta me conquistar, eu me culpo, ele sofre (...). E a razão vai tomando conta de mim de novo. Como vou tropeçar se sempre calculo meus passos? Como vou me entregar se sempre calculo meus braços? Eu não vejo mais encanto em ninguém, não me iludo por palavras que teriam tudo pra me agradar Eu quero mesmo é o complicado. E de repente, o complicado se torna fácil. Olhou pra mim, esqueceu a ex, aprendeu a gostar do que eu gosto. Virou só mais um final. Já deu tempo de me apegar, de ficar com medo de terminar. Nessa história toda, o único complicado sou eu.

Hoje eu enxerguei em você, alguém tão comum, alguém tão impossível de me fazer feliz de novo, alguém que pertence a um passado tão, mas tão distante, alguém que não soube ser o centro da minha vida por nem ter controle ainda da própria, alguém que no fundo se incomoda tanto por eu não lembrar de todas essas coisas mas que é tão medroso que nunca vai admitir, que eu acabei enxergando o quanto tudo pode ser maravilhoso se eu quiser que assim seja, o quanto o percurso que a minha vida irá tomar está somente em minhas mãos, o quanto eu posso ser maravilhosa, diferente, se eu me ver desta forma. E hoje, por não me lamentar mais pela sua perda, pelo nosso fim, que eu senti que o nosso fim se lamentou por me perder.